Minha alma se contorce de dor, como um feto abortado em cima desta cama imunda onde já estive deitado varias vezes me entregando a impuridade tua. Assim como ele luta para sobreviver sem o que mais necessita minha alma também luta para que algo de claridade a invada e me retire da escuridão da qual fui aprisionado.
A vida segue como a um presidio, aonde sou frequentemente descartado e direcionado a seguir ordens, como se os algozes que me comandam fizessem isso somente para brincar com minha falta de opções, afinal quem se priva de liberdade está sujeito a viver sob ordens e ameaças sejam reais ou ilusórias.
Do lado de fora de minha cabeça vejo pessoas vagando pelo mundo sem propósito, como se o mundo fosse acometido por um apocalipse e todos viraram zumbis, e é assim como os vejo. seres que já não se importam com o outro somente em satisfazer seus desejos, usando tudo e a todos como forma de recurso, para poder enfim, dizer-se ter uma vida digna. Vida... que vida? isso é vida?
Por mais que tente e me esforce eu não consigo acordar desse transe, esse pesadelo do qual já não sei se estou acordado ou dormindo. tudo parece tão real e ao mesmo tempo tão absurdo. que minha vontade é acordar. me deixe acordar... eu preciso acordar.