Em um dia
estranho acordei-me sentindo sozinho, levantei calmamente coçando os olhos,
chamo todos em casa, ninguém me escuta. Na cozinha a torneira aberta e louça semi ensaboada na
pia. A chaleira apita, mais uma vez pergunto onde estão e nenhuma resposta. Me visto
e saio pelas ruas que estão tranquilas e sem movimento. Ouço o barulho de
carros vindo do centro da cidade por instantes e me tranquilizo, caminho até o
mercado na esquina aberto porem nenhum atendente lá. Só pode ser brincadeira
penso, me sentindo idiota por não entender o que há de errado. Pego a moto e
vou dar uma volta, entretanto, no caminho carros e motos ligados parados como
se estivessem esperando seus condutores. No centro nenhum sinal de vida, o
desespero começa a tomar conta de mim e grito sozinho. Entro em uma loja e ligo
o radio que não encontra nenhuma frequência, ate que, ouço no chiado alguém dizendo
“preso e esquecido”. Não, não consigo acreditar quebro com meu capacete a loja inteira alarmes disparam mas nenhum
segurança pra vir me repreender. Um dos meus maiores medos estava me
assombrando. Corro desesperado até aparelhos televisores os ligo porem não há
imagem se não meu próprio rosto os sorrisos começam a mudar debochando de minha
infelicidade enquanto outros de mim nas telas gritam as gargalhadas, “preso e
esquecido”. Choro compulsivo e grito “não” com todas minhas forças, tudo
escurece e num salto acordo em minha cama, me sentindo sozinho cocos os olhos e
chamo todos em casa e ninguém responde...