quinta-feira, 26 de maio de 2016

Apenas um Prólogo

“ Então é assim que termina.”  Foi exatamente o que pensei antes do meu corpo atingir o chão em uma velocidade de aproximadamente 80kph, mas, antes de te contar sobre isso vou falar de mim.
Meu nome é João Pedro Verano, meus amigos me chamam de Verano apenas. Moro na grande e populosa São Paulo e a amo. Meus pais eram mais liberais então não se incomodaram quando resolvi sair de casa e construir minha vida a partir de minhas escolhas. Hoje moro em uma república que decidimos apelidar de sociedade alternativa, em homenagem ao mestre Raul. Cada um dos residentes tem uma habilidade em particular, o meu é a musica. Minha vida é composta por trilhas sonoras que vou escolhendo de tempos em tempos, e nesse exato momento eu estava ouvindo highway to hell. Não ouvi nem a freada só senti o impacto da batida na lateral da minha moto. Hoje não sei aonde estou, só consgo ouvir a voz de minha própria consciência e isso, acredite, não é nada agradável.


“Se eu me atrasar, meu pai vai me matar.” Eu não conseguia pensar em outra coisa, e meu celular estava descarregado,- liga do meu, disse uma amiga, e essa era a minha salvação. Expliquei que iria atrasar por causa de um acidente envolvendo uma moto.
Me chamo Maria Eduarda, sou uma jovem e promissora violinista. Sou de uma família tradicional do bairro da Vila Madalena em São Paulo, e meus pais, são extremamente protetores. O sonho deles é ver a filha tocar na orquestra sinfônica da cidade, mas nem sequer perguntaram o que eu queria, por sorte tenho em meu violino, meu melhor amigo, e nele estão todos meus sentimentos.
Ouço alguém pela janela do ônibus dizer que o acidentado é jovem mas só consigo pensar no meu atraso para ir a aula de musica, meu pai  vai me matar...(prólogo do livro que pretendo concluir)



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

As mascaras que nada escondem: a verdadeira face de um cosplay

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'Cosplay' é a junção das palavras costume [traje, fantasia] e roleplay [brincadeira, interpretação]. O cosplay é, na verdade um passatempo que consiste em fantasiar-se de personagens, geralmente de quadrinhos, games e desenhos animados japoneses.
Com essa definição pesquisada pelo Google dos últimos tempos, tumbem chamado de Google eu início aqui mais um dos meus textos, então bem-vindos.
Como os mais próximos a mim) sabem eu sempre fui fascinado pelo mundo dos jogos, hq´s, animes, mangas séries e filmes, hoje chamado popularmente como coisa de nerd ou universo Geek. Entre todos os participantes deste universo curioso estão os cosplayers.
Para muitos, só o gosto pela cultura acima citada já pode ser considerado banal, afinal parece bem coisa de desocupado ou como algumas pessoas dizem “infantil” gostar desses “desenhinhos estranhos” ou bonequinhos e brinquedinhos pra criança. Primeiro ponto a ser abordado por mim ira sobre esses tipos de comentários.
Isso me entristece. Pois ao invés de apenas respeitar as pessoas que entram nesse mundo, fazendo esse tipo de criticas é quase igual a desencorajar alguém dos seus sonhos. “Ah, mas você não acha que é extremista demais falando isso?”, não. Todo ser humano possui a tendência de andar em bando, então sempre buscar seus “afins” e se juntam para cultuar e dividir com outros aquilo que mais gosta de fazer. O que pode ser banal pra algum de vocês, para outros é o que da paz e consegue aliviar os problemas que a vida vem lhe colocando nas costas. Muito mais por ser um evento totalmente pacífico aonde ninguém é humilhado ou rebaixado nós deveríamos ter esse tipo de conduta no nosso dia a dia), todos são iguais, todos estão em pé de igualdade e se alguém sobrepõe em conhecimento esse mesmo é compartilhado para que a pessoa que esta ouvindo possa se ajudar.
Segundo ponto os cosplayers. “ah são aquelas pessoas estranhas que gostam de se fantasiar? Bando de desocupado...”, sim eu já ouvi isso de pessoas próximas, e não, não são pessoas estranhas e nem desocupados, são apenas pessoas. Pessoas que assim como você caro leitor, que tem sentimentos, que se alimenta, que se envolve, que tem seus problemas familiares, que tem seus conflitos internos. E que cultivam uma paixão: botar pra fora todo seu carinho por alguma historia ou personagem de anime e game em forma de fantasia e atuação. Isso pra eles é tão importante quanto seu futebol, novela, programa de tv ou grupo musical. Só que isso é abraçado de tal maneira que é dedicado tempo dinheiro e muito carinho por cada pedaço de tecido ou material gasto para fazer a fantasia. É tanto amor envolvido que ultrapassa a barreira do pessoal e brilha com a mesma intensidade nos olhos de quem os vê desfilando. Crianças adolescentes ou adultos se realizam na paixão dessas pessoas.
Em um evento eu percebi isso ao observar em especial dois cosplays, um cavaleiro de ouro que desde a minha infância sou fascinado)
e quando a vi no hall de entrada consegui fazer uma regressão de uns 24 anos e me vi sentado em frente a tv esperando começar mais um episódio, e uma cosplay de Sonic outro personagem que eu adoro) personagens dos jogos da sega. Não tinha como não me aproximar e ver de perto o trabalho que ambas fizeram, a recompensa delas e de mais cosplayers é algo mais simples do que imagina, apenas um sorriso e um pedido para tirar uma foto, sim e esse é o melhor premio que aposto que alguém que faz um cosplay recebe.
Concluo que o preconceito com essa cultura ainda é gigantesco aqui no Brasil, e eu espero que com grandes eventos isso possa ser substituído por uma coisa tão simples e poderosa, que a muito tempo os homens acabam esquecendo: o respeito

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Preso e Esquecido


Em um dia estranho acordei-me sentindo sozinho, levantei calmamente coçando os olhos, chamo todos em casa, ninguém me escuta. Na cozinha   a torneira aberta e louça semi ensaboada na pia. A chaleira apita, mais uma vez pergunto onde estão e nenhuma resposta. Me visto e saio pelas ruas que estão tranquilas e sem movimento. Ouço o barulho de carros vindo do centro da cidade por instantes e me tranquilizo, caminho até o mercado na esquina aberto porem nenhum atendente lá. Só pode ser brincadeira penso, me sentindo idiota por não entender o que há de errado. Pego a moto e vou dar uma volta, entretanto, no caminho carros e motos ligados parados como se estivessem esperando seus condutores. No centro nenhum sinal de vida, o desespero começa a tomar conta de mim e grito sozinho. Entro em uma loja e ligo o radio que não encontra nenhuma frequência, ate que, ouço no chiado alguém dizendo “preso e esquecido”. Não, não consigo acreditar quebro com meu capacete a  loja inteira alarmes disparam mas nenhum segurança pra vir me repreender. Um dos meus maiores medos estava me assombrando. Corro desesperado até aparelhos televisores os ligo porem não há imagem se não meu próprio rosto os sorrisos começam a mudar debochando de minha infelicidade enquanto outros de mim nas telas gritam as gargalhadas, “preso e esquecido”. Choro compulsivo e grito “não” com todas minhas forças, tudo escurece e num salto acordo em minha cama, me sentindo sozinho cocos os olhos e chamo todos em casa e ninguém responde...

sábado, 25 de abril de 2015

EUTANÁSIA

E tudo fica escuro e eu já não lembro nem como são os traços do meu rosto. Eu posso estar morto, presumo, mas onde já se viu um morto com tantos pensamentos conflitantes? A ideia chega ser absurdamente engraçada e gargalho de minha própria desgraça. Mas se eu não estou morto, onde estou?
Movimento um dos braços e me pergunto se a sensação de movimentar-se é algo real ou fruto da minha imaginação, enlouqueci, pensei e sorri. Em menos de dois minutos já me diagnostiquei morto ou louco, o que mais posso esperar? Nada, essa foi a resposta que achei. Tento buscar em minha mente onde estive pela ultima vez mas minhas lembranças são ofuscadas por vozes que de relance escuto.  Minha pele fica sensível a temperatura e sinto frio e estranho tenho certeza que não posso me mexer. Algo me paralisa em minha garganta e braços mas como consigo respirar?
As vozes vão cada vez mais ganhando consistência e reconheço uma delas como sendo de alguém conhecido, eles falam com termos médicos e me dou conta de que estou em um hospital. Acho que ouço o doutor falar em eutanásia, mas pelo que sei isso é para pessoas em estado terminal não para mim que estou em pleno nas minhas faculdades mentais.

“Vamos desligar os aparelhos que o mantem vivo”. Não, estou vivo,  eu grito, mas em vão. Ouço os aparelhos sendo desligados um a um.  Parem deixem-me viver eu imploro, nenhum sucesso. O ultimo é desligado, e uma luz brilha forte mas logo que apaga, e tudo fica escuro.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Coisas que aprendi com Layla

Todos os dias, Layla minha cachorra corria incansavelmente atrás dos passarinhos, todos nós ao ver a cena percebíamos que sua vontade ela pega-los, pois os mesmos roubavam sua agua e ração. Porem a observávamos de forma leviana suas atitudes e sempre repreendendo acreditando que seria inútil seu esforço. Com isso aprendi duas lições: se tem algum objetivo busque sem descanso o tempo que for necessário e mesmo que as pessoas que você ama lhe digam que seus sonhos e planos não serão alcançados, não desista.
Dia pós dia era o mesmo processo, correr de um lado para o outro sempre olhando pra cima, esperando um tentar vir pegar seu tesouro, entretanto, quando um pássaro armava o bote, Layla saia correndo e latindo, fazendo uma algazarra e os espantava. E assim com o tempo nunca ela conseguia chegar ao tão esperado momento. Então aprendi que não basta apenas sonhar, tem que descobrir os meios dos quais conseguir chegar ao sonho.
A alguns dias atrás, notei o silêncio  de minha cachorra, e para minha surpresa, vi que ela começou a se aproximar cada vez mais dos pássaros indo sorrateiramente. Ia esgueirando quase imóvel e quando o passarinho estava distraído ela atacava.  Aprendi que quando descobrir o caminho tudo passa a ser uma questão de tempo.
Hoje como todos os dias, Layla foi para seu trabalho. E após horas investindo, conseguiu num salto o seu triunfo. Eu não o vi, apenas soube o resultado pois minha mãe que impediu que ela devorasse o pobre pássaro. E Layla me ensinou uma ultima lição: quem acredita realmente que pode fazer algo, não deve nenhum momento vacilar ou desistir.
O pobre pássaro aprendeu a pior das lições, na vida  devemos ser atentos a tudo e a todos,  pois não sabemos quem ou o que está esperando que vacilemos para nos abocanhar.

sábado, 25 de outubro de 2014

Pesadelo

Minha alma se contorce de dor, como um feto abortado em cima desta cama imunda onde já estive deitado varias vezes me entregando a impuridade  tua. Assim como ele luta para sobreviver sem o que mais necessita minha alma também luta para que algo de claridade a invada e me retire da escuridão da qual fui aprisionado.
A vida segue como a um presidio, aonde sou frequentemente descartado e direcionado a seguir ordens, como se os algozes que me comandam fizessem isso somente para brincar com minha falta de opções, afinal quem se priva de liberdade está sujeito a viver sob ordens e ameaças sejam reais ou ilusórias.
Do lado de fora de minha cabeça vejo pessoas vagando pelo mundo sem propósito, como se o mundo fosse acometido por um apocalipse e todos viraram zumbis, e é assim como os vejo.  seres que já não se importam com o outro somente em satisfazer seus desejos, usando tudo e a todos  como forma  de recurso, para poder enfim, dizer-se ter uma vida digna. Vida... que vida? isso é vida?
Por mais que tente e me esforce eu não consigo acordar desse transe, esse pesadelo do qual já não sei se estou acordado ou dormindo. tudo parece tão real e ao mesmo tempo tão absurdo. que minha vontade é acordar. me deixe acordar... eu preciso acordar.

sábado, 31 de maio de 2014

Na janela

Todos os dias caminhava por uma rua e sempre via em uma janela, um lindo sorriso, porém triste,  olhos perdidos  no horizonte a espera de uma resposta ou de alguma pergunta. Não sabia seu nome ou quem seria, a única coisa é que me sentia instigado e atormentado por aquela imagem. Mesmo com tantas coisas eu não conseguia deixar de rotineiramente, passar naquela rua e a cada dia me sentir mais próximo e distante dela.
Toda vez que virava a esquina naquele ponto deixava a rua levar meus passos a diante, um pedaço de cerca de cento e poucos metros, nada importava somente aquela janela. Eu que andava trocando passos com a tristeza e a solidão me sentia acompanhado naqueles metros preciosos.
Essa mesma cena se sucedeu por semanas e eu criando coragem para lhe perguntar seu nome, dividir minhas historias com ela, até que decidi, e durante uma noite ensaiei o que iria falar, estava disposto à manhã seguinte puxar assunto, nem que fosse por 15 minutos e chegar atrasado no serviço, mas eu resolveria algo que a semanas me deixava pensativo e sonhador.
Dia seguinte mesmo horário e janela vazia, decepcionado segui o caminho. Mas um dia e novamente janela vazia e isso ocorreu pelo resto da semana. Causou-me dor e angustia. “o que teria ocorrido” eu pensava.
Resolvi no ultimo dia útil da semana bater a porta e perguntar sobre a mulher, entretanto, ao se abrir revelou-se a imagem de uma senhora com olhos inchados e olhar vazio. Perguntei por onde andava a mulher que todo dia estava na janela, sem conseguir me olhar nos olhos entregou-me uma carta e disse: apenas leia meu filho e irá entender.
Meu coração quase parou quando li as seguintes palavras: “ todos os dias eu ia pra janela esperar aquele rapaz passar, seus olhos brilhavam de um jeito lindo quando me olhava, e eu sei, que olhava para mim. Queria poder dividir tudo que eu estava sentindo com alguém e ele era a pessoa certa. Meu coração estava cansado e eu havia encontrado naqueles olhos um descanso, mas ele nunca parou pra falar comigo. Dia após dia ele só me olhava, deve ser pelo mesmo motivo dos outros que já me olharam, somente queria minha beleza e minha juventude. Odiei pensar desse jeito e não suportando mais a dor da solidão resolvi acabar com a angustia. Espero que entendam que essa escolha eu que fiz e ninguém deve sofrer por isso. Espero ver vocês em um outro plano e espero um dia saber quais eram as reais intenções do rapaz que um dia roubou meu coração com o olhar, adeus”

Tudo perdeu a cor, a graça e o som. Naquele dia, sentei numa escada qualquer e deixei o tempo me matar...