E tudo fica escuro e eu já não lembro nem como são os traços
do meu rosto. Eu posso estar morto, presumo, mas onde já se viu um morto com
tantos pensamentos conflitantes? A ideia chega ser absurdamente engraçada e
gargalho de minha própria desgraça. Mas se eu não estou morto, onde estou?
Movimento um dos braços e me pergunto
se a sensação de movimentar-se é algo real ou fruto da minha imaginação,
enlouqueci, pensei e sorri. Em menos de dois minutos já me diagnostiquei morto
ou louco, o que mais posso esperar? Nada, essa foi a resposta que achei. Tento buscar
em minha mente onde estive pela ultima vez mas minhas lembranças são ofuscadas
por vozes que de relance escuto. Minha pele
fica sensível a temperatura e sinto frio e estranho tenho certeza que não posso
me mexer. Algo me paralisa em minha garganta e braços mas como consigo
respirar?
As vozes vão cada vez mais ganhando
consistência e reconheço uma delas como sendo de alguém conhecido, eles falam
com termos médicos e me dou conta de que estou em um hospital. Acho que ouço o
doutor falar em eutanásia, mas pelo que sei isso é para pessoas em estado
terminal não para mim que estou em pleno nas minhas faculdades mentais.
“Vamos desligar os aparelhos que o
mantem vivo”. Não, estou vivo, eu grito,
mas em vão. Ouço os aparelhos sendo desligados um a um. Parem deixem-me viver eu imploro, nenhum
sucesso. O ultimo é desligado, e uma luz brilha forte mas logo que apaga, e
tudo fica escuro.
Forte! muito bom! Espero que a gente não passe por essa situação....
ResponderExcluir