Em um dia
estranho acordei-me sentindo sozinho, levantei calmamente coçando os olhos,
chamo todos em casa, ninguém me escuta. Na cozinha a torneira aberta e louça semi ensaboada na
pia. A chaleira apita, mais uma vez pergunto onde estão e nenhuma resposta. Me visto
e saio pelas ruas que estão tranquilas e sem movimento. Ouço o barulho de
carros vindo do centro da cidade por instantes e me tranquilizo, caminho até o
mercado na esquina aberto porem nenhum atendente lá. Só pode ser brincadeira
penso, me sentindo idiota por não entender o que há de errado. Pego a moto e
vou dar uma volta, entretanto, no caminho carros e motos ligados parados como
se estivessem esperando seus condutores. No centro nenhum sinal de vida, o
desespero começa a tomar conta de mim e grito sozinho. Entro em uma loja e ligo
o radio que não encontra nenhuma frequência, ate que, ouço no chiado alguém dizendo
“preso e esquecido”. Não, não consigo acreditar quebro com meu capacete a loja inteira alarmes disparam mas nenhum
segurança pra vir me repreender. Um dos meus maiores medos estava me
assombrando. Corro desesperado até aparelhos televisores os ligo porem não há
imagem se não meu próprio rosto os sorrisos começam a mudar debochando de minha
infelicidade enquanto outros de mim nas telas gritam as gargalhadas, “preso e
esquecido”. Choro compulsivo e grito “não” com todas minhas forças, tudo
escurece e num salto acordo em minha cama, me sentindo sozinho cocos os olhos e
chamo todos em casa e ninguém responde...
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
sábado, 25 de abril de 2015
EUTANÁSIA
E tudo fica escuro e eu já não lembro nem como são os traços
do meu rosto. Eu posso estar morto, presumo, mas onde já se viu um morto com
tantos pensamentos conflitantes? A ideia chega ser absurdamente engraçada e
gargalho de minha própria desgraça. Mas se eu não estou morto, onde estou?
Movimento um dos braços e me pergunto
se a sensação de movimentar-se é algo real ou fruto da minha imaginação,
enlouqueci, pensei e sorri. Em menos de dois minutos já me diagnostiquei morto
ou louco, o que mais posso esperar? Nada, essa foi a resposta que achei. Tento buscar
em minha mente onde estive pela ultima vez mas minhas lembranças são ofuscadas
por vozes que de relance escuto. Minha pele
fica sensível a temperatura e sinto frio e estranho tenho certeza que não posso
me mexer. Algo me paralisa em minha garganta e braços mas como consigo
respirar?
As vozes vão cada vez mais ganhando
consistência e reconheço uma delas como sendo de alguém conhecido, eles falam
com termos médicos e me dou conta de que estou em um hospital. Acho que ouço o
doutor falar em eutanásia, mas pelo que sei isso é para pessoas em estado
terminal não para mim que estou em pleno nas minhas faculdades mentais.
“Vamos desligar os aparelhos que o
mantem vivo”. Não, estou vivo, eu grito,
mas em vão. Ouço os aparelhos sendo desligados um a um. Parem deixem-me viver eu imploro, nenhum
sucesso. O ultimo é desligado, e uma luz brilha forte mas logo que apaga, e
tudo fica escuro.
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Coisas que aprendi com Layla
Todos os dias, Layla minha cachorra corria incansavelmente atrás
dos passarinhos, todos nós ao ver a cena percebíamos que sua vontade ela
pega-los, pois os mesmos roubavam sua agua e ração. Porem a observávamos de
forma leviana suas atitudes e sempre repreendendo acreditando que seria inútil seu
esforço. Com isso aprendi duas lições: se tem algum objetivo busque sem
descanso o tempo que for necessário e mesmo que as pessoas que você ama lhe digam
que seus sonhos e planos não serão alcançados, não desista.
Dia pós dia era o mesmo processo, correr de um lado para o
outro sempre olhando pra cima, esperando um tentar vir pegar seu tesouro,
entretanto, quando um pássaro armava o bote, Layla saia correndo e latindo,
fazendo uma algazarra e os espantava. E assim com o tempo nunca ela conseguia
chegar ao tão esperado momento. Então aprendi que não basta apenas sonhar, tem
que descobrir os meios dos quais conseguir chegar ao sonho.
A alguns dias atrás, notei o silêncio de minha cachorra, e para minha surpresa, vi
que ela começou a se aproximar cada vez mais dos pássaros indo sorrateiramente.
Ia esgueirando quase imóvel e quando o passarinho estava distraído ela
atacava. Aprendi que quando descobrir o
caminho tudo passa a ser uma questão de tempo.
Hoje como todos os dias, Layla foi para seu trabalho. E após
horas investindo, conseguiu num salto o seu triunfo. Eu não o vi, apenas soube
o resultado pois minha mãe que impediu que ela devorasse o pobre pássaro. E Layla
me ensinou uma ultima lição: quem acredita realmente que pode fazer algo, não
deve nenhum momento vacilar ou desistir.
O pobre pássaro aprendeu a pior das lições, na vida devemos ser atentos a tudo e a todos, pois não sabemos quem ou o que está esperando
que vacilemos para nos abocanhar.
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