sexta-feira, 27 de novembro de 2009


Mais um da querida amiga Daniele...


Olha a menina lá fora
Sentada no banco gelado
O olhar perdido entre as sombras
Na espera do seu amado

Não sente a neve cair
Nem o vento lhe sussurrar
Que hoje ele não deve vir
Ao encontro do seu olhar

A lua já virou testemunha
Da menina que não se cansa em esperar
E que carrega no peito a certeza
De que um dia ele vai voltar

Ele que foi pra bem longe
Mas nos olhos da menina deixou
A promessa dela sempre esperar
Pelo homem que ela sempre amou

Um olhar que é tão triste
E que corta o coração
Olhinhos tristes e brilhantes
Perdidos na escuridão

E enquanto ele não vem
Pra tirá-la de seu torpor
Ela segue sozinha e triste
A longa espera por seu amor!

Daniele Celestino

Essa é uma poesia de uma amiga, que me encantou com o potencial...




Tempo que passa constante
Me persegue...
Me consome...
Arrastando-se me arrebata
Me devora
Me come!
Aos meus medos, meus anseios;
Se mostrando indiferente
Feito navalha
Sem piedade
Cortando minha carne doente!
Adoecida pelo tempo
E corroída...
E envelhecida...
Que em pedaços
Vai se arrastando
E lentamente levando a vida
E o tempo ingrato
Me dá migalhas
Do seu carinho, sua atenção.
E eu degradante
Viro um fantoche;
Um brinquedinho em suas mãos!

Daniele Celestino

segunda-feira, 7 de setembro de 2009


Madrugada, telefone toca, a voz diz: preciso de você agora. São 3 da manha noto dor e desespero nas palavras, pergunto o que estava acontecendo e tenho a resposta: estou perdendo o bebe.
A mesma dor e desespero me invade, sem condições de ir até ela minha vontade é de me jogar ao telefone, tento acalmá-la mais os choros de dor entorpecem meus sentidos me deixando sem ar.
me ajuda, não me abandone fala a voz ao telefone. Saio correndo pego o primeiro táxi. Subo as escadas bato a porta e ninguém me atende. Dominado de medo berro seu nome desesperado a porta se abre, ao chão da sala uma pequena poça de sangue, e ela ao canto chorando compulsivamente. Seus belos olhos vermelhos, seus lábios sussurram, eu perdi o nosso filho. Então tudo perde o som. Limpo a sala dou-lhe um banho troco a roupa a deito e abraçado a ela o som voltou, e eu chorei.

domingo, 2 de agosto de 2009

Texto


Dia primeiro de fevereiro, era verão e nem estava tão quente. Em um quarto de hospital postava meu semblante, ao lado uma cama com um paciente especial. Já senhor com cabelos lisos e desgrenhados, no rosto marcas de um possível conformismo do que estaria por vir, em silencio póstumo e único, olhar já vazio e sem esperanças.
Não se parecia com o herói que havia em minha mente, forte e destemido, mais mesmo com todos os contras ainda era meu herói favorito.
A noite começou bem, sentado ao lado da cama em uma cadeira reclinada, estou. A cada 20 minutos ajudo-o a ir ao banheiro, suas pernas fracas não suportam talvez o próprio peso. Conversas simples e objetivas, ele monossilábico, responde a todas minhas perguntas.
Enfermeiras entram á todo momento para verificar como estão todos os pacientes, junto a nós estavam mais três pacientes.
Eu estava decidido a lhe dizer algumas palavras, de conforto ou de agradecimento, tinha medo não queria perde-lo, pois as chances de ele continuar comigo eram mínimas, mesmo assim, eu ainda acreditava na possibilidade.
As horas foram passando e eu ainda sem conseguir soltar o que estava entalado em minha garganta, tentava balbuciar alguma coisa mais nada saia. O olhar penetrante do herói esperando alguma reação minha, alguma coisa, alguma luz. E me acovardando cada vez mais, não conseguia falar nada do que queria, e o relógio jogava contra eu.
Busquei forças e me senti preparado, mas era tarde, era hora da troca de companhia. Decepcionado comigo mesmo dou um beijo no herói e antes de sair noto que ele estava chorando.
Foi a ultima vez que vi meu pai. Eu não tive a coragem de dizer o quanto ele era importante pra mim, queria ter agradecido, mostrado a ele o quanto eu tinha crescido e aprendido, mas a falta de coragem me impediu. Talvez já soubesse, talvez ele não precisasse ouvir, mas eu queria ter dito eu precisava ter dito.
Falhei e arrependido eu vivo mas tenho a certeza, que eu nunca mais irei falhar. Quanto ao herói, ele partiu e ainda hoje sonho com seus abraços, com seu cheiro e com seu olhar penetrante.
A única coisa que hoje consigo falar pra ele em sonhos que ainda tenho é: “ eu sinto a sua falta”

terça-feira, 28 de julho de 2009


A tristeza assola meu coração
A dor é do tamanho de um edifício
Estar contigo era como velejar entre as nuvens
Era poder tocar a lua com o coração
Era felicidade, amor, paixão
Mais você se foi
E levou junto meu céu, meu sol
Hoje me vejo sem chão, sem ar
As coisas que sei não são nada sem as que eu sinto
Mais eu vou tentar esquecer
Dizer que o tempo é o melhor remédio seria irônico
Pois rasgaram meu calendário, quebraram meu relógio
E as horas não passam, e a dor não sara
Hoje sinto coisas
Que a existência eu desconhecia
Hoje eu conheço

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O espetáculo da Vida


Deito-me ao chão de estrelas
Desenho na aurora traços de uma vida
Reconforto o corpo cansado sobre as nuvens
E navego pelo infinito azul celeste

O som do vento me lembra clarins angelicais
Beijando suavemente os galhos de uma velha arvore
E a brisa suave no fim da tarde
Traz o doce odor das flores campais

E quando vem a chuva
Limpando as impurezas deixadas aqui
Regando o solo seco fazendo assim nele flores nascer
O cobrindo de um lindo cobertor de lírios

E após a chuva vem o sol
Rasgando o céu surge um arco-íris
Um crepúsculo maravilhoso é então
Fazendo assim o espetáculo da vida.

Há algo em teus olhos que me lembram o oceano
Brilham num azul intenso
Com a profundidade do infinito
E a magnitude do mistério

Há em seus lábios o mais doce mel
Saboreado por todos os Deuses
Uma substancia viciosa
O mais puro néctar da vida

Há em seu coração os sentimentos
Os mais belos sentimentos
Há compaixão e ternura
O amor desejado por todos poetas amantes

Há em você algo que um dia sonhei
Um querer mais que louco
Algo que hoje não mereça
Mas um dia será meu

sábado, 25 de julho de 2009

Ladainha da minha morte


Envolto a uma nuvem negra estou

Algo que me toma, domina

Angustia, tristeza, lamento

Não sei como aqui vim parar


Nos braços da morte estou

Não sinto mais meu corpo e minha alma

Meu coração já fraco pela dor

Não resistirá por muito mais tempo


E como um ser pálido

Um fantasma na noite

Foi vivendo, sobrevivendo

Na inútil de esperança de que ainda há luz


Nos braços da morte estou

Não sinto meu corpo e minha alma

Meu coração já fraco pela dor

Não resistirá por muito mais tempo


Talvez a morte me liberte

Das lamurias de uma magoa profunda

Pensando assim talvez ainda restará

Uma chance para encontrar a paz


Nos braços da morte estou

Não sinto meu corpo e minha alma

Meu coração já fraco pela dor

Não resistirá por muito tempo

sexta-feira, 24 de julho de 2009


E o vento me trouxe aqui
Em minha bagagem trago apenas sentimentos e lembranças
Pés descalços, peito aberto
Ponho-me a andar lentamente

Fitando o oceano que brilha num azul intenso
Da mesma cor dos seus olhos- fecho os meus por um segundo-
E como um sonho te vejo
Linda, cabelos ao vento, segurando minha mão

Com um sorriso de mil estrelas despediu-se de mim
Chorando deixei-a ir
Retorno a realidade deixada a alguns metros
Vejo minhas pegadas solitárias na areia

A vida me tirou aquilo que mais amava
Hoje espero pelo dia
Em que esses sonhos possam se tornar realidade
e com meu amor novamente hei de estar

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Ilusão de felicidade


Sonhei que podia voar
Num infinito deslumbrante permanecer
No amor me saciar
E em um lindo lugar adormecer

Sonhei eu era feliz
Como uma inocente criança
Desenhar na parede com giz
Encher o coração de esperança

Tarda a hora eu acordei
No rosto a triste marca de minha mocidade
Ao esboçar um sorriso eu chorei
À perceber que tudo foi ilusão de felicidade

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Morte pela Tristeza


Em luto está meu coração

Pela morte dos sentimentos que já tive

Resistindo o tormento que agora vive

Uma alma imortal sem emoção


Alimento o vazio no peito

Dor que só a lamina pode curar

Com um corte leve e com jeito

Rasgo meu pulso a chorar


Sinto a vida esvaecer

Com uma rosa em mãos

Vejo meu sangue escorrer

Até parar meu coração

terça-feira, 21 de julho de 2009


Noite cala meu ser,
O dia frio, a chuva, a solidão...
A tentativa de um débil sorriso seria irônico,
Falso ou superficial
Suportar a dor é esforço digno de herói,
Herói de guerra, morto, no combate covarde da vida
E dos amores
Silenciar-me é ser sábio e fiel ao meu ser
A vida de repente perde importância...
Que é substituida pelos amores que vem e vão
Quando são eternos e não correspondidos,
Quando são eternos e não correspondidos,
Os amores matam
São como soldados inimigos cujas faces nem sempre são reveladas

Eu morri...
Tristezas e saudades habitam minha alma
Saudades de uma vida passada
De uma vida que foi tomada e morta no campo de batalhas do amor

( Marcelo Alves e Léia Vilerá)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Para meu pai (16/05/1932*05/02/2006)


Sem você eu tive que renascer
Lembrar que ainda me resta um motivo para viver
Sem você eu tive que aprender a andar com minhas próprias pernas
Pois até então tinha as suas para me carregar

Sem você eu tive que caminhar sozinho
E te digo que não há dor maior quando eu à olhar para o lado e não te ver
Sem você eu tenho que viver
Sem você...

domingo, 19 de julho de 2009

A Chuva e as Lagrimas




Silêncio, de ti nada restou
Nuvens de chuva trazem lembranças já esquecidas
A única certeza que tenho agora
É que as lagrimas caem como a chuva cai lá fora

Meu coração em pedaços fica
Saudade de dias e noites felizes
Hoje não há mais sol, e nem mesmo aurora
É que as lagrimas caem como a chuva cai lá fora

O tempo não passa
A suplica de minha alma vira a ladainha do tormento
Um dia te esqueço, é chegada a hora
É que as lagrimas caem como a chuva cai lá fora

Em fim a chuva cessou...